por Paulino Jr.
O anúncio da queda da Babilônia
1 Depois destas coisas, vi descer do céu outro anjo, que tinha grande autoridade, e a terra se iluminou com a sua glória.
2 Então, exclamou com potente voz, dizendo: Caiu! Caiu a grande Babilônia e se tornou morada de demônios, covil de toda espécie de espírito imundo e esconderijo de todo gênero de ave imunda e detestável,
3 pois todas as nações têm bebido do vinho do furor da sua prostituição. Com ela se prostituíram os reis da terra. Também os mercadores da terra se enriqueceram à custa da sua luxúria.
Tendo a Babilônia como sendo a representação do poder político concentrado em um determinado lugar (a grande meretriz do cap. 17), vemos que o anúncio de destruição que está sendo declarado no capítulo 18 é para todo esse poder, não só a cidade como também aqueles que se prostituíram com ela. O mundo debaixo do julgo de Satanás e da besta será da forma descrita no versículo 2, um lugar cheio de maldade e de impurezas, a destruição para a Babilônia trará exatamente a correção dessas grotescas falhas. As afirmações do versículo 3, ratificam, ou seja, confirmam o que já havia sido dito no cap. 17 sobre os reis que entregaram o seu poder nas mãos da besta para não serem consumidos por elas.
4 Ouvi outra voz do céu, dizendo: Retirai-vos dela, povo meu, para não serdes cúmplices em seus pecados e para não participardes dos seus flagelos;
5 porque os seus pecados se acumularam até ao céu, e Deus se lembrou dos atos iníquos que ela praticou.
Os versículos 4 e 5, remontam a situação demonstrada no capítulo 16 em que a Babilônia será atingida pelos flagelos enviados por Deus. Assim como foi dito no cap. 17 que ele na verdade seria relatos de acontecimentos anteriores ao cap. 16, assim também o capítulo 18 o é. A ordem dos acontecimentos seria cap. 17, onde é mostrada a situação em que está o poder político na época da grande tribulação e toda a lascívia da Babilônia e dos seguidores da besta; cap. 18, onde é feito o anúncio da destruição da Babilônia, ou seja, do centro do poder político exercido pela besta e seus servidores e, por fim; cap. 16, onde é demonstrada a destruição efetiva deste lugar, com o derramamento dos 7 flagelos, conforme já foi visto. Vemos então aqui no cap. 18 o anúncio dos flagelos que virão (que já foram relatados no cap. 16) e a recomendação para aqueles que servem a Deus que saiam de lá, para que não sejam atingidos. Lembre-se que quando estudamos o cap. 16, vimos que Deus pouparia os seus que não foram arrebatados, de serem atingidos pelos flagelos.
6 Dai-lhe em retribuição como também ela retribuiu, pagai-lhe em dobro segundo as suas obras e, no cálice em que ela misturou bebidas, misturai dobrado para ela.
7 O quanto a si mesma se glorificou e viveu em luxúria, dai-lhe em igual medida tormento e pranto, porque diz consigo mesma: Estou sentada como rainha. Viúva, não sou. Pranto, nunca hei de ver!
8 Por isso, em um só dia, sobrevirão os seus flagelos: morte, pranto e fome; e será consumida no fogo, porque poderoso é o Senhor Deus, que a julgou.
Mais uma vez é demonstrado que o que sobrevirá sobre a besta e os seus seguidores é tão somente a paga por tudo que eles fizeram contra os servos do Senhor, todo mal que foi feito aos servos do Senhor será feito a eles em dobro. Note-se algo importante que é dito no ver. 8: “em um só dia sobrevirão os flagelos”, isso significa que aqueles sete flagelos que vimos no cap. 16 e que estão sendo anunciados no cap. 18 (lembre que os capítulos 17 e 18 antecedem ao 16 na ordem dos acontecimentos) acontecem no mesmo dia, ou seja, todos aqueles fatos não acontecerão em um prazo de tempo grande e sim em um dia só, de forma que todos serão castigados de forma imediata.
O lamento dos admiradores de Babilônia
9 Ora, chorarão e se lamentarão sobre ela os reis da terra, que com ela se prostituíram e viveram em luxúria, quando virem a fumaceira do seu incêndio,
10 e, conservando-se de longe, pelo medo do seu tormento, dizem: Ai! Ai! Tu, grande cidade, Babilônia, tu, poderosa cidade! Pois, em uma só hora, chegou o teu juízo.
Aqueles que conseguiram status por terem aberto mão do seu poder em favor da besta e do seu comando político, chorarão pela destruição da Babilônia, porque eles entenderão que o seu fim também está próximo.
11 E, sobre ela, choram e pranteiam os mercadores da terra, porque já ninguém compra a sua mercadoria,
12 mercadoria de ouro, de prata, de pedras preciosas, de pérolas, de linho finíssimo, de púrpura, de seda, de escarlata; e toda espécie de madeira odorífera, todo gênero de objeto de marfim, toda qualidade de móvel de madeira preciosíssima, de bronze, de ferro e de mármore;
13 e canela de cheiro, especiarias, incenso, ungüento, bálsamo, vinho, azeite, flor de farinha, trigo, gado e ovelhas; e de cavalos, de carros, de escravos e até almas humanas.
14 O fruto sazonado, que a tua alma tanto apeteceu, se apartou de ti, e para ti se extinguiu tudo o que é delicado e esplêndido, e nunca jamais serão achados.
Aqueles que exploravam economicamente o poder daquela cidade serão também desolados pela sua destruição, pois eles não terão nem mais onde explorar, pese-se o fato de que ao final dos tempos todo o poder econômico do mundo se concentrará neste local, já que a pobreza dominará toda a terra e só quem terá condições financeiras é a própria Babilônia, a besta e seus seguidores, de forma que ela dominará os fatores de produção e a venda de bens e serviços. Sendo assim, quando ela for destruída, toda a riqueza existente na terra será destruída também de forma que não haverá mais para quem vender a produção.
15 Os mercadores destas coisas, que, por meio dela, se enriqueceram, conservar-se-ão de longe, pelo medo do seu tormento, chorando e pranteando,
16 dizendo: Ai! Ai da grande cidade, que estava vestida de linho finíssimo, de púrpura, e de escarlata, adornada de ouro, e de pedras preciosas, e de pérolas,
17 porque, em uma só hora, ficou devastada tamanha riqueza! E todo piloto, e todo aquele que navega livremente, e marinheiros, e quantos labutam no mar conservaram-se de longe.
Todos aqueles que se viram ganhando vantagens por estar seguindo à besta, perderão essas vantagens quando da sua destruição, temos que recordar também que, de acordo com o cap. 16, apesar de prantearem, de reconhecer o erro que foi seguir a besta, de ver a destruição da cidade e a ruína do poder político, ainda assim eles não terão vontade e nem condições de se arrepender, pois quando os flagelos forem derramados o céu terá fechado as suas portas e o santuário estará inacessível, sendo impossível o arrependimento, já que os flagelos já são a força do castigo total de Deus, em detrimento do castigo parcial que havia sido feito com a abertura dos selos e os toques das trombetas.
18 Então, vendo a fumaceira do seu incêndio, gritavam: Que cidade se compara à grande cidade?
19 Lançaram pó sobre a cabeça e, chorando e pranteando, gritavam: Ai! Ai da grande cidade, na qual se enriqueceram todos os que possuíam navios no mar, à custa da sua opulência, porque, em uma só hora, foi devastada!
20 Exultai sobre ela, ó céus, e vós, santos, apóstolos e profetas, porque Deus contra ela julgou a vossa causa.
Vê-se a confirmação do que foi dito no comentário anterior, os homens reconhecerão o castigo de Deus, reconhecerão o fato de que eles estão sofrendo pelo julgamento de Deus pela causa dos santos, mas eles não proferirão nenhuma palavra de arrependimento, limitando-se a dizer aos santos que exultem na presença do Senhor pela vitória conseguida.
A ruína de Babilônia é completa e definitiva
21 Então, um anjo forte levantou uma pedra como grande pedra de moinho e arrojou-a para dentro do mar, dizendo: Assim, com ímpeto, será arrojada Babilônia, a grande cidade, e nunca jamais será achada.
22 E voz de harpistas, de músicos, de tocadores de flautas e de clarins jamais em ti se ouvirá, nem artífice algum de qualquer arte jamais em ti se achará, e nunca jamais em ti se ouvirá o ruído de pedra de moinho.
23 Também jamais em ti brilhará luz de candeia; nem voz de noivo ou de noiva jamais em ti se ouvirá, pois os teus mercadores foram os grandes da terra, porque todas as nações foram seduzidas pela tua feitiçaria.
24 E nela se achou sangue de profetas, de santos e de todos os que foram mortos sobre a terra.
O relato dessa ruína final da Babilônia tem um conteúdo muito forte, pois o que ocorre aqui é uma demonstração de que ao final de todos os acontecimentos, o poder que constituiu essa cidade onde estava concentrada o poder político também vai ruir. Isso porque serão destruídos a besta, o dragão, o anticristo e todos aqueles que os seguiram, eles serão lançados no lago de fogo e enxofre e depois disso nunca mais se ouvirá falar em nada do que constituiu aquela cidade ou até mesmo nela.
Paz e Vida a todos!
Fonte: Bíblia Sagrada (Revista e Atualizada)