Estudo do livro de Apocalipse – Capítulo 2-3
Cartas às Igrejas
Elementos nas Cartas em geral.
- As cartas em geral possuem um elogio, uma crítica, uma instrução e uma promessa, podendo faltar um ou outro elemento.
Linha de Estudo:
- Enxergar o que está literalmente expresso.
- Entender a aplicação disso na história da Igreja
Igreja de Éfeso – Cap. 2 Vers. 1-7
- Histórico da Igreja de Éfeso:
No mínino 15 anos antes dessa carta de João à Igreja de Éfeso, Paulo havia escrito uma carta a essa igreja, chamando-a a uma nova visão, rejeitando o mal, exercendo autoridade sobre as hostes satânicas e buscando uma experiência real com Cristo.
Paulo também chamava a Igreja de Éfeso a uma aplicação prática da sua fé, uma vez que ele diz que não só teoricamente deve-se conhecer a Deus, mas que a mudança deve afetar a vida cotidiana da igreja.
- Situação da Igreja de Éfeso em Apocalipse 2:1-7:
Éfeso era uma igreja que trabalhava, que perseverava e que odiava o mal. Vers. 2-3.
É possível enxergar através disso, que a igreja de Éfeso procurava entender e seguir o que havia sido recomendado por Paulo em sua carta, cerca de 15 anos antes.
Éfeso naquele momento havia abandonado o primeiro amor, vers. 4-5, ou seja, tinha deixado de aplicar o seu conhecimento da palavra na sua vida cotidiana, abandonado as boas práticas e deixando-se levar por ações erradas, precisando voltar ao local onde caiu e arrepender-se.
Ainda assim, a igreja de Éfeso odiava aqueles que deliberadamente faziam o mal, ver. 6.
Ao fim da carta, no ver. 7, vemos uma promessa de Deus para se caso ela perseverasse, pois dessa forma, receberia da árvore da vida, ou seja, a sustentação para a garantia da vida eterna.
- Elementos da Carta à Éfeso
Elogio à Rejeita o mal, persevera e é paciente;
Crítica à O amor por Cristo não é mais fervoroso;
Instrução à Praticar as primeiras obras
Promessa à A árvore da Vida
- Aplicação da Carta na vida da Igreja na história da humanidade
A aplicação da Carta à Éfeso na história da humanidade refere-se do ano 33 ao ano 270 D.C. Nesse período a igreja sofreu perseguição, aumentou no conhecimento do evangelho e do ministério de Cristo, sendo distribuída pelos apóstolos, contudo, no final desse período, a igreja começou a abandonar as boas práticas, saindo daquilo que havia sido designado por Cristo e pelos apóstolos, ainda assim, a igreja perseverava caminhando e levando o evangelho. Grande parte da perda de identidade ao fim desse período se deu, porque o Império Romano absorveu o Cristianismo como sua religião, isso diminuição a perseguição aos Cristãos e fez com que muitos relaxassem.
Igreja de Esmirna – Cap. 2 Vers. 8-11
- Histórico da Igreja de Esmirna
Pouco se sabe sobre o histórico da Igreja de Esmirna, a não ser a perseguição sofrida pela igreja na cidade onde se localizava, que era grande, com grande número de Judeus e que possuía tradição mercantil.
- Situação da Igreja de Esmirna em Apocalipse 2: 8-11:
Igreja pobre, atribulada e difamada. Rica em capacidade. Perseguida pelos moradores daquele local, pelos dominadores do poder que eram usados por Satanás. Ver. 9.
Recebe a revelação de que ainda sofrerá mais perseguição, com perigo de prisão e morte. Recebem o aviso de que seriam postos à prova, ou seja, terão a sua fé testada, que sofreriam mais tribulações ainda. Ver. 10.
Recebem a promessa de que, uma vez perseguidos não seriam mais atingidos pela segunda morte, ou seja, pela morte eterna. Ver. 10 e 11.
- Elementos da Carta à Esmirna
Elogio à Suporta graciosamente o sofrimento.
Crítica à Não há.
Instrução à Ser fiel até a morte.
Promessa à Coroa da Vida. (Alegria da vida eterna dada a um vitorioso).
- Aplicação na vida da Igreja na história da humanidade:
Corresponde a um período de quase 70 anos (270-340 D.C.) em que a perseguição à Igreja é retomada, o imperador romano Diocleciano, ignorou o cristianismo e fez com que Roma retirasse o apoio que havia prestado a ele nos anos anteriores. Instituiu o paganismo como religião oficial e passou a perseguir, matar e fazer com que os Cristãos da época deixassem de expressar a sua fé. A grande comparação à Esmirna pode ser feita pela perseguição sofrida através das mãos daqueles que possuíam o poder. Alguns fortaleceram a sua fé, outros morreram e alguns deixaram de crer.
Igreja de Pérgamo – Cap. 2 Vers. 12-17
- Histórico da Igreja de Pérgamo:
A cidade de Pérgamo era a sede oficial do governo romano na Ásia, sendo essa cidade extremamente importante, Pérgamo não possuía uma boa doutrina.
- Situação da Igreja de Pérgamo em Apocalipse 2:12-17:
A igreja de Pérgamo habitava onde habitava o poder político, mas também permitia que Satanás habitasse entre eles. Ainda mantinha a fé em Cristo e sofria perseguição, um pouco menos efetiva do na igreja de Esmirna por exemplo, ainda assim, suportando mortes. Ver. 13.
Ensinavam falsa doutrina, permitindo que os seus Cristão pecassem contra Deus, praticando obras abomináveis ao Senhor, como se essas fossem corretas. Praticavam a obra daqueles que não tinham compromisso com o Senhor, misturando-se com eles. Vers. 14 e 15.
Recebem um alerta ao arrependimento sob pena de serem mortos e desmascarados. Ver. 16.
Recebem a promessa de receber o maná escondido, que era o próprio Cristo e a renovação pela sua palavra; a pedrinha branca, que era a absorção pelas práticas erradas e; um novo nome, que representa uma nova condição em Cristo. Ver. 17.
- Elementos da Carta à Pérgamo:
Elogio à Mantém a fé em Cristo.
Crítica à Tolera a imoralidade, a idolatria e heresias.
Instrução à Arrepender-se.
Promessa à O maná escondido e uma pedra branca com um novo nome.
- Aplicação da Carta na vida da Igreja na história da humanidade
Período que começou com o imperador Constantino, que afrouxou a perseguição aos Cristãos, instituindo o Cristianismo como a religião oficial, contudo, não baniu o paganismo do meio do império romano, o que provocou uma mistura entre as práticas Cristãs e as práticas pagãs (340 a 460 D.C.). Foi nesse período que começou de fato o desvirtuamento do cristianismo e a introdução das imagens de escultura nos cultos Cristãos, tendo como origem as práticas pagãs, imagens de Cristo e de outros personagens do evangelho, tidos como santos começaram a ser produzidas como objeto de adoração.
Igreja de Tiatira – Cap. 2 Vers. 18-29
- Histórico da Igreja de Tiatira:
Era uma cidade de tradição comercial, comprometida moralmente, pois possuía festas com orgias e idolatria, consagrada a vários deuses comuns, isso acabava por prejudicar a igreja lá situada.
- Situação da Igreja de Tiatira em Apocalipse 2:18-29:
Igreja preocupada com obras assistenciais e de apoio, tinha muita fé e servia às outras pessoas. Ver. 19.
Possuía a ação de falsos profetas, a citação de Jezabel nesse texto possivelmente faz referência a perseguidora dos profetas do senhor no velho testamento, que é igualada a uma profetisa que existe na cidade de Tiatira e que tem feito o povo daquela igreja se render à idolatria, aos pecados carnais e à prostituição. Vers. 20-21.
Existe uma promessa de morte e tribulação para aqueles que praticam a idolatria e as obras que essa profetisa faz eles praticarem. Deus afirma que pagará a cada um conforme a sua própria obra. Vers. 22-23.
Deus promete uma perspectiva de mudança para aqueles que não se contaminarem, desde que eles conservem a sua fé, prometendo crescimento, mudança e autoridade para eles. Vers. 24-27.
Promete a estrela da manhã, que é a representação do próprio Cristo e todo o seu poder. Ver. 28.
- Elementos da Carta à Tiatira:
Elogio à Amor, serviço, fé e perseverança maiores do que antes.
Crítica à Tolera o culto idólatra e a imoralidade.
Instrução à A chegada do julgamento; manter a fé.
Promessa à Autoridade sobre as nações, a estrela da manhã.
- Aplicação da Carta na vida da Igreja na história da humanidade:
A igreja de Tiatira representa na história da humanidade um período chamado de Idade Média. Nesse período o Cristianismo foi completamente absorvido por Roma, misturando as tantas outras práticas pagãs quantas fossem possíveis. Todo tipo de atrocidades foram praticadas pela liderança da igreja nessa época. Foi nesse período que foi instituída a Igreja Católica Apostólica Romana e a pessoa do papa, essa igreja retirou todas as bíblias existentes do acesso ao público e pode ser comparada com Jezabel e a profetisa que desvirtuava os ensinamentos bíblicos, ensinando aos Cristãos o que bem queria, de acordo com as suas próprias necessidades. A humanidade na idade média foi castigada por grandes pragas e grandes guerras e períodos de fome. A igreja perdeu completamente o contato real com Cristo.
Igreja de Sardes – Cap. 3 Vers. 1-6
- Histórico da Igreja de Sardes:
A cidade de Sardes era a capital da Lídia, um local de comércio variado, e o primeiro onde foi emitido moedas de ouro. A igreja de Sardes era uma igreja morta, que não possuía uma identificação com Deus, sendo contaminada por tudo o que não presta.
- Situação da Igreja de Sardes em Apocalipse 3:1-6:
Aos olhos das pessoas de fora, a igreja de Sardes possuía um nome forte, e parecia ser uma boa igreja, contudo, aos olhos do Senhor, ela já estava morta. Ver. 1.
Não existe obras íntegras no meio de Sardes, contudo, ainda há uma confiança em Deus que precisa ser conservada e que pode ser consolidada através da vigilância. Ver. 2.
Necessitava lembrar daquilo que já tinha ouvido e conhecido do evangelho, pois mais uma vez Deus confirma que não havia dia ou hora certa para que ele viesse fazer a sua justiça. Ver. 3.
É possível enxergar, apesar de tudo, alguns poucos em Sardes, que não tinham contaminado completamente a sua fé, e que, com a sua capacidade poderiam promover a mudança, com isso andariam de branco junto ao Senhor. Ver. 4.
Por fim, é prometido àqueles que permanecessem na presença do Senhor que eles seriam vestidos de vestiduras brancas, ou seja, seriam justificados ao final dos tempos, tendo, portanto, a garantia da promessa. Ver. 5
- Elementos da Carta à Sardes:
Elogio à Alguns têm mantido a fé.
Crítica à É uma igreja morta.
Instrução à Arrepender-se e fortalecer o que resta.
Promessa à Os fiéis serão honrados e vestidos de branco.
- Aplicação da Carta na vida da Igreja na história da humanidade:
Após o período em que a igreja foi mesclada com o paganismo, dando origem a todas as ações da igreja católica, com as imagens de escultura, e outras ações que iam contra a vontade de Deus, como a venda de terrenos no céus e outras aberrações. Houve movimentos, denominados de maneira geral de reforma protestante, em que homens como Calvino, Martinho Lutero e outros, com base na bíblia, refutaram as afirmações feitas pelos católicos quanto à palavra de Deus. Esses homens romperam com os erros da igreja católica, recusando a idolatria, as obras como sendo o crivo para a salvação e adotando a doutrina de que somente a escritura era a base da palavra de Deus e não a boca do papa como diziam o igreja católica, só pela graça seríamos salvos, só pela fé é possível agradar a Deus, só por Cristo é feita a mediação com o Senhor e só a Deus é digna a adoração. Esse movimento começou isolado e esses homens podem ser comparados aos poucos homens que haviam mantido a fé, na igreja de Sardes. (Período correspondente à 1480 D.C. a mais ou menos 1700 D.C.).
Igreja de Filadélfia – Cap. 3 Vers. 7-13
- Histórico da Igreja de Filadélfia:
Local onde ficava o centro da cultura grega, que era pagã. Contudo, a igreja era fiel e não se contaminava com essa cultura pagã.
- Situação da Igreja de Filadélfia em Apocalipse 3:7-13:
Uma referência forte à pessoa de Cristo é feita no ver. 7, que se refere a ele como aquele que possui a chave de Davi, ou seja, o reino, que nesse caso é sobre toda criatura em todo o universo, que abre e fecha portas às quais ninguém mais pode fazê-lo. Ver. 7.
A referência do ver. 7 serve de base para a garantia da abertura de portas, prometida no ver. 8, o que o ver. 7 demonstra é que Deus é mais poderoso do que qualquer outra coisa e, portanto, não poderia ser parado por ninguém ao abrir portas. Deus reconhece ainda a fraqueza da pequena igreja de Filadélfia no meio de um povo de cultura pagã e a sua pouca capacidade de expansão. Ver. 8.
Deus diz à igreja de Filadélfia, que alguns daqueles que até então detinham o poder, reconhecem a força da igreja naquele local, e se prostrassem diante do Deus que eles pregavam. Ver. 9.
Deus reafirma seu compromisso com a igreja, pois ela havia guardado a fé e a palavra, por isso, Deus garante proteção à aquele povo. Ver. 10.
Por fim, na promessa dada pelo Senhor, ele diz para que eles permaneçam firmados na fé, para que a sua coroa não seja tomada, promete também uma coluna no santuário de Deus, com a inscrição do nome daqueles fiéis, ou seja, o reconhecimento, ao final dos tempos, da perseverança e do trabalho daquele povo. Ver. 11-12.
- Elementos da Carta à Filadélfia:
Elogio à Persevera na fé.
Crítica à não há.
Instrução à Manter a fé.
Promessa à Um lugar na presença de Deus, um novo nome e a nova Jerusalém.
- Aplicação da Carta na vida da Igreja na história da humanidade:
A igreja de Filadélfia, pode ser comparada com a igreja que começou o movimento de expansão da verdade bíblica, reavivada com os protestantes. A igreja que começou a fazer as grandes viagens missionárias, desde o século 18 (1701 D.C.) até o início do século 20 (1960 D.C.). Destacando-se dentre essas as igrejas: Batista, Metodista e Presbiteriana, que foram as responsáveis pela expansão do evangelho de acordo com a bíblia, rompendo cada dia mais com a doutrina católica. Era uma igreja ainda reprimida, fraca de maneira geral porque era rejeitada, mas possuía uma grande fidelidade a Deus, nesse período houve grande expansão da igreja, como o movimento pentecostal iniciado, com a saída da igreja Assembléia de Deus de dentro da igreja batista.
Igreja de Laodicéia – Cap. 3 Vers. 14-22
- Histórico da Igreja de Laodicéia:
A igreja de Laodicéia era rica, e estava localizada em uma cidade também de grande riqueza.
- Situação da Igreja de Laodicéia em Apocalipse 3:14-22:
O ver. 14 reconhece a Cristo como testemunha das obras humanas e executor de grandes obras, e a sua capacidade de executar o que quiser, referindo-se a Ele como o “assim seja” e o “princípio da criação de Deus”. Ver. 14.
Deus apresenta a situação de Laodicéia como caótica, pois ela não estava sendo conforme a vontade de Deus (quente), nem se apresentando como o mundo se apresentava (fria), ficando dessa forma em um estágio intermediário (morna), se dizendo cristã, mas envergonhando o nome do Senhor. O Senhor ainda demonstra a sua indignação com aquela situação, afirmando que estava a ponto de vomitar aquela igreja de sua boca. Vers. 15-16.
Prossegue demonstrando a arrogância daquela igreja, que se achava auto-suficiente, pensando não mais precisar do favor do Senhor. Deus então apresenta a essa igreja a sua real situação, ela estava pobre, cega e nua. Ver. 17.
Há a exortação à igreja, para que adquira ouro refinado pelo fogo (a graça divina) para enriquecer (garantir a verdadeira riqueza que é a salvação), vestiduras brancas para se vestir para esconder a vergonha da nudez (a justificação pelo sangue do Senhor, para serem purificados dos pecados) e colírio para olhos, a fim de ver (para que reconhecem a sua real condição e enxergassem a vontade do Senhor). Ver. 18.
Deus ainda demonstra que aquela repreensão que está sendo feita contra aquela igreja, demonstrava um ato de amor, pois Ele queria a mudança de comportamento por parte daquele povo, pede àqueles, que sejam zelosos e que ouçam a voz do Senhor, afirma ainda, que está batendo a porta, e que a ação da igreja deveria ser simplesmente ouvir a sua voz e abrir a porta, para que pudessem participar da ceia do Senhor, ou seja, da renovação da aliança. Vers. 19-20.
Promete ao vencedor, o assentar-se com ele no trono, ou seja, a condição de reis e sacerdotes, já citada em Apocalipse cap. 1 ver. 6. Ver. 21.
- Elementos da Carta à Laodicéia:
Elogio à Não há
Crítica à É indiferente.
Instrução à Ser zeloso e arrepender-se.
Promessa à Compartilhar do trono de Deus.
- Aplicação da Carta na vida da Igreja na história da humanidade:
A igreja de Laodicéia, representa a igreja que tem sido vista a partir da primeira metade do século 20 (1960 D.C.) até os dias de hoje, em que as pessoas tem começando a colocar a sua própria santidade acima de Deus, se achando auto-suficientes com relação às outras coisas. Têm se tornado meros religiosos, deixando de lado o fervor espiritual e a fé em Deus, vivendo, parte em Deus, parte no mundo. Deixando de ser fiéis naquilo que é da vontade de Deus, apostatando da fé e sendo mornos na presença do Senhor. Ainda assim, existe uma parte dessa igreja (tal qual em Laodicéia) que permanece fiel. A instrução do Senhor, portanto, é ao arrependimento, ao reconhecimento da vontade do Senhor.
Por fim, creio que esse estudo, sobretudo no que diz respeito à carta à Igreja de Laodicéia, serve de alerta para todos nós, para que mudemos a nossa conduta diante de Deus, sendo fiéis na nossa vida Cristã.
Paz e Vida para todos!
Fonte: Bíblia Sagrada (Revista e Atualizada)
Referências:
Bíblia de Estudo Plenitude.
Estudo Panorâmico da Bíblia (MEARS, Henrietta C. - Editora Vida - São Paulo, 1982).
www.wikipedia.org (Dados históricos).
- As cartas em geral possuem um elogio, uma crítica, uma instrução e uma promessa, podendo faltar um ou outro elemento.
Linha de Estudo:
- Enxergar o que está literalmente expresso.
- Entender a aplicação disso na história da Igreja
Igreja de Éfeso – Cap. 2 Vers. 1-7
"1 Ao anjo da igreja em Éfeso escreve: Estas coisas diz aquele que conserva na mão direita as sete estrelas e que anda no meio dos sete candeeiros de ouro:
2 Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como a tua perseverança, e que não podes suportar homens maus, e que puseste à prova os que a si mesmos se declaram apóstolos e não são, e os achaste mentirosos;
3 e tens perseverança, e suportaste provas por causa do meu nome, e não te deixaste esmorecer.
4 Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor.
5 Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas.
6 Tens, contudo, a teu favor que odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio.
7 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus."
- Histórico da Igreja de Éfeso:
No mínino 15 anos antes dessa carta de João à Igreja de Éfeso, Paulo havia escrito uma carta a essa igreja, chamando-a a uma nova visão, rejeitando o mal, exercendo autoridade sobre as hostes satânicas e buscando uma experiência real com Cristo.
Paulo também chamava a Igreja de Éfeso a uma aplicação prática da sua fé, uma vez que ele diz que não só teoricamente deve-se conhecer a Deus, mas que a mudança deve afetar a vida cotidiana da igreja.
- Situação da Igreja de Éfeso em Apocalipse 2:1-7:
Éfeso era uma igreja que trabalhava, que perseverava e que odiava o mal. Vers. 2-3.
É possível enxergar através disso, que a igreja de Éfeso procurava entender e seguir o que havia sido recomendado por Paulo em sua carta, cerca de 15 anos antes.
Éfeso naquele momento havia abandonado o primeiro amor, vers. 4-5, ou seja, tinha deixado de aplicar o seu conhecimento da palavra na sua vida cotidiana, abandonado as boas práticas e deixando-se levar por ações erradas, precisando voltar ao local onde caiu e arrepender-se.
Ainda assim, a igreja de Éfeso odiava aqueles que deliberadamente faziam o mal, ver. 6.
Ao fim da carta, no ver. 7, vemos uma promessa de Deus para se caso ela perseverasse, pois dessa forma, receberia da árvore da vida, ou seja, a sustentação para a garantia da vida eterna.
- Elementos da Carta à Éfeso
Elogio à Rejeita o mal, persevera e é paciente;
Crítica à O amor por Cristo não é mais fervoroso;
Instrução à Praticar as primeiras obras
Promessa à A árvore da Vida
- Aplicação da Carta na vida da Igreja na história da humanidade
A aplicação da Carta à Éfeso na história da humanidade refere-se do ano 33 ao ano 270 D.C. Nesse período a igreja sofreu perseguição, aumentou no conhecimento do evangelho e do ministério de Cristo, sendo distribuída pelos apóstolos, contudo, no final desse período, a igreja começou a abandonar as boas práticas, saindo daquilo que havia sido designado por Cristo e pelos apóstolos, ainda assim, a igreja perseverava caminhando e levando o evangelho. Grande parte da perda de identidade ao fim desse período se deu, porque o Império Romano absorveu o Cristianismo como sua religião, isso diminuição a perseguição aos Cristãos e fez com que muitos relaxassem.
Igreja de Esmirna – Cap. 2 Vers. 8-11
"8 Ao anjo da igreja em Esmirna escreve: Estas coisas diz o primeiro e o último, que esteve morto e tornou a viver:
9 Conheço a tua tribulação, a tua pobreza (mas tu és rico) e a blasfêmia dos que a si mesmos se declaram judeus e não são, sendo, antes, sinagoga de Satanás.
10 Não temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.
11 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O vencedor de nenhum modo sofrerá dano da segunda morte."
- Histórico da Igreja de Esmirna
Pouco se sabe sobre o histórico da Igreja de Esmirna, a não ser a perseguição sofrida pela igreja na cidade onde se localizava, que era grande, com grande número de Judeus e que possuía tradição mercantil.
- Situação da Igreja de Esmirna em Apocalipse 2: 8-11:
Igreja pobre, atribulada e difamada. Rica em capacidade. Perseguida pelos moradores daquele local, pelos dominadores do poder que eram usados por Satanás. Ver. 9.
Recebe a revelação de que ainda sofrerá mais perseguição, com perigo de prisão e morte. Recebem o aviso de que seriam postos à prova, ou seja, terão a sua fé testada, que sofreriam mais tribulações ainda. Ver. 10.
Recebem a promessa de que, uma vez perseguidos não seriam mais atingidos pela segunda morte, ou seja, pela morte eterna. Ver. 10 e 11.
- Elementos da Carta à Esmirna
Elogio à Suporta graciosamente o sofrimento.
Crítica à Não há.
Instrução à Ser fiel até a morte.
Promessa à Coroa da Vida. (Alegria da vida eterna dada a um vitorioso).
- Aplicação na vida da Igreja na história da humanidade:
Corresponde a um período de quase 70 anos (270-340 D.C.) em que a perseguição à Igreja é retomada, o imperador romano Diocleciano, ignorou o cristianismo e fez com que Roma retirasse o apoio que havia prestado a ele nos anos anteriores. Instituiu o paganismo como religião oficial e passou a perseguir, matar e fazer com que os Cristãos da época deixassem de expressar a sua fé. A grande comparação à Esmirna pode ser feita pela perseguição sofrida através das mãos daqueles que possuíam o poder. Alguns fortaleceram a sua fé, outros morreram e alguns deixaram de crer.
Igreja de Pérgamo – Cap. 2 Vers. 12-17
"12 Ao anjo da igreja em Pérgamo escreve: Estas coisas diz aquele que tem a espada afiada de dois gumes:
13 Conheço o lugar em que habitas, onde está o trono de Satanás, e que conservas o meu nome e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha testemunha, meu fiel, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita.
14 Tenho, todavia, contra ti algumas coisas, pois que tens aí os que sustentam a doutrina de Balaão, o qual ensinava a Balaque a armar ciladas diante dos filhos de Israel para comerem coisas sacrificadas aos ídolos e praticarem a prostituição.
15 Outrossim, também tu tens os que da mesma forma sustentam a doutrina dos nicolaítas.
16 Portanto, arrepende-te; e, se não, venho a ti sem demora e contra eles pelejarei com a espada da minha boca.
17 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei do maná escondido, bem como lhe darei uma pedrinha branca, e sobre essa pedrinha escrito um nome novo, o qual ninguém conhece, exceto aquele que o recebe."
- Histórico da Igreja de Pérgamo:
A cidade de Pérgamo era a sede oficial do governo romano na Ásia, sendo essa cidade extremamente importante, Pérgamo não possuía uma boa doutrina.
- Situação da Igreja de Pérgamo em Apocalipse 2:12-17:
A igreja de Pérgamo habitava onde habitava o poder político, mas também permitia que Satanás habitasse entre eles. Ainda mantinha a fé em Cristo e sofria perseguição, um pouco menos efetiva do na igreja de Esmirna por exemplo, ainda assim, suportando mortes. Ver. 13.
Ensinavam falsa doutrina, permitindo que os seus Cristão pecassem contra Deus, praticando obras abomináveis ao Senhor, como se essas fossem corretas. Praticavam a obra daqueles que não tinham compromisso com o Senhor, misturando-se com eles. Vers. 14 e 15.
Recebem um alerta ao arrependimento sob pena de serem mortos e desmascarados. Ver. 16.
Recebem a promessa de receber o maná escondido, que era o próprio Cristo e a renovação pela sua palavra; a pedrinha branca, que era a absorção pelas práticas erradas e; um novo nome, que representa uma nova condição em Cristo. Ver. 17.
- Elementos da Carta à Pérgamo:
Elogio à Mantém a fé em Cristo.
Crítica à Tolera a imoralidade, a idolatria e heresias.
Instrução à Arrepender-se.
Promessa à O maná escondido e uma pedra branca com um novo nome.
- Aplicação da Carta na vida da Igreja na história da humanidade
Período que começou com o imperador Constantino, que afrouxou a perseguição aos Cristãos, instituindo o Cristianismo como a religião oficial, contudo, não baniu o paganismo do meio do império romano, o que provocou uma mistura entre as práticas Cristãs e as práticas pagãs (340 a 460 D.C.). Foi nesse período que começou de fato o desvirtuamento do cristianismo e a introdução das imagens de escultura nos cultos Cristãos, tendo como origem as práticas pagãs, imagens de Cristo e de outros personagens do evangelho, tidos como santos começaram a ser produzidas como objeto de adoração.
Igreja de Tiatira – Cap. 2 Vers. 18-29
"18 Ao anjo da igreja em Tiatira escreve: Estas coisas diz o Filho de Deus, que tem os olhos como chama de fogo e os pés semelhantes ao bronze polido:
19 Conheço as tuas obras, o teu amor, a tua fé, o teu serviço, a tua perseverança e as tuas últimas obras, mais numerosas do que as primeiras.
20 Tenho, porém, contra ti o tolerares que essa mulher, Jezabel, que a si mesma se declara profetisa, não somente ensine, mas ainda seduza os meus servos a praticarem a prostituição e a comerem coisas sacrificadas aos ídolos.
21 Dei-lhe tempo para que se arrependesse; ela, todavia, não quer arrepender-se da sua prostituição.
22 Eis que a prostro de cama, bem como em grande tribulação os que com ela adulteram, caso não se arrependam das obras que ela incita.
23 Matarei os seus filhos, e todas as igrejas conhecerão que eu sou aquele que sonda mentes e corações, e vos darei a cada um segundo as vossas obras.
24 Digo, todavia, a vós outros, os demais de Tiatira, a tantos quantos não têm essa doutrina e que não conheceram, como eles dizem, as coisas profundas de Satanás: Outra carga não jogarei sobre vós;
25 tão-somente conservai o que tendes, até que eu venha.
26 Ao vencedor, que guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei autoridade sobre as nações,
27 e com cetro de ferro as regerá e as reduzirá a pedaços como se fossem objetos de barro;
28 assim como também eu recebi de meu Pai, dar-lhe-ei ainda a estrela da manhã.
29 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas."
- Histórico da Igreja de Tiatira:
Era uma cidade de tradição comercial, comprometida moralmente, pois possuía festas com orgias e idolatria, consagrada a vários deuses comuns, isso acabava por prejudicar a igreja lá situada.
- Situação da Igreja de Tiatira em Apocalipse 2:18-29:
Igreja preocupada com obras assistenciais e de apoio, tinha muita fé e servia às outras pessoas. Ver. 19.
Possuía a ação de falsos profetas, a citação de Jezabel nesse texto possivelmente faz referência a perseguidora dos profetas do senhor no velho testamento, que é igualada a uma profetisa que existe na cidade de Tiatira e que tem feito o povo daquela igreja se render à idolatria, aos pecados carnais e à prostituição. Vers. 20-21.
Existe uma promessa de morte e tribulação para aqueles que praticam a idolatria e as obras que essa profetisa faz eles praticarem. Deus afirma que pagará a cada um conforme a sua própria obra. Vers. 22-23.
Deus promete uma perspectiva de mudança para aqueles que não se contaminarem, desde que eles conservem a sua fé, prometendo crescimento, mudança e autoridade para eles. Vers. 24-27.
Promete a estrela da manhã, que é a representação do próprio Cristo e todo o seu poder. Ver. 28.
- Elementos da Carta à Tiatira:
Elogio à Amor, serviço, fé e perseverança maiores do que antes.
Crítica à Tolera o culto idólatra e a imoralidade.
Instrução à A chegada do julgamento; manter a fé.
Promessa à Autoridade sobre as nações, a estrela da manhã.
- Aplicação da Carta na vida da Igreja na história da humanidade:
A igreja de Tiatira representa na história da humanidade um período chamado de Idade Média. Nesse período o Cristianismo foi completamente absorvido por Roma, misturando as tantas outras práticas pagãs quantas fossem possíveis. Todo tipo de atrocidades foram praticadas pela liderança da igreja nessa época. Foi nesse período que foi instituída a Igreja Católica Apostólica Romana e a pessoa do papa, essa igreja retirou todas as bíblias existentes do acesso ao público e pode ser comparada com Jezabel e a profetisa que desvirtuava os ensinamentos bíblicos, ensinando aos Cristãos o que bem queria, de acordo com as suas próprias necessidades. A humanidade na idade média foi castigada por grandes pragas e grandes guerras e períodos de fome. A igreja perdeu completamente o contato real com Cristo.
Igreja de Sardes – Cap. 3 Vers. 1-6
"1 Ao anjo da igreja em Sardes escreve: Estas coisas diz aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas: Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto.
2 Sê vigilante e consolida o resto que estava para morrer, porque não tenho achado íntegras as tuas obras na presença do meu Deus.
3 Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, guarda-o e arrepende-te. Porquanto, se não vigiares, virei como ladrão, e não conhecerás de modo algum em que hora virei contra ti.
4 Tens, contudo, em Sardes, umas poucas pessoas que não contaminaram as suas vestiduras e andarão de branco junto comigo, pois são dignas.
5 O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida; pelo contrário, confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos.
6 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas."
- Histórico da Igreja de Sardes:
A cidade de Sardes era a capital da Lídia, um local de comércio variado, e o primeiro onde foi emitido moedas de ouro. A igreja de Sardes era uma igreja morta, que não possuía uma identificação com Deus, sendo contaminada por tudo o que não presta.
- Situação da Igreja de Sardes em Apocalipse 3:1-6:
Aos olhos das pessoas de fora, a igreja de Sardes possuía um nome forte, e parecia ser uma boa igreja, contudo, aos olhos do Senhor, ela já estava morta. Ver. 1.
Não existe obras íntegras no meio de Sardes, contudo, ainda há uma confiança em Deus que precisa ser conservada e que pode ser consolidada através da vigilância. Ver. 2.
Necessitava lembrar daquilo que já tinha ouvido e conhecido do evangelho, pois mais uma vez Deus confirma que não havia dia ou hora certa para que ele viesse fazer a sua justiça. Ver. 3.
É possível enxergar, apesar de tudo, alguns poucos em Sardes, que não tinham contaminado completamente a sua fé, e que, com a sua capacidade poderiam promover a mudança, com isso andariam de branco junto ao Senhor. Ver. 4.
Por fim, é prometido àqueles que permanecessem na presença do Senhor que eles seriam vestidos de vestiduras brancas, ou seja, seriam justificados ao final dos tempos, tendo, portanto, a garantia da promessa. Ver. 5
- Elementos da Carta à Sardes:
Elogio à Alguns têm mantido a fé.
Crítica à É uma igreja morta.
Instrução à Arrepender-se e fortalecer o que resta.
Promessa à Os fiéis serão honrados e vestidos de branco.
- Aplicação da Carta na vida da Igreja na história da humanidade:
Após o período em que a igreja foi mesclada com o paganismo, dando origem a todas as ações da igreja católica, com as imagens de escultura, e outras ações que iam contra a vontade de Deus, como a venda de terrenos no céus e outras aberrações. Houve movimentos, denominados de maneira geral de reforma protestante, em que homens como Calvino, Martinho Lutero e outros, com base na bíblia, refutaram as afirmações feitas pelos católicos quanto à palavra de Deus. Esses homens romperam com os erros da igreja católica, recusando a idolatria, as obras como sendo o crivo para a salvação e adotando a doutrina de que somente a escritura era a base da palavra de Deus e não a boca do papa como diziam o igreja católica, só pela graça seríamos salvos, só pela fé é possível agradar a Deus, só por Cristo é feita a mediação com o Senhor e só a Deus é digna a adoração. Esse movimento começou isolado e esses homens podem ser comparados aos poucos homens que haviam mantido a fé, na igreja de Sardes. (Período correspondente à 1480 D.C. a mais ou menos 1700 D.C.).
Igreja de Filadélfia – Cap. 3 Vers. 7-13
"7 Ao anjo da igreja em Filadélfia escreve: Estas coisas diz o santo, o verdadeiro, aquele que tem a chave de Davi, que abre, e ninguém fechará, e que fecha, e ninguém abrirá:
8 Conheço as tuas obras - eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar - que tens pouca força, entretanto, guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome.
9 Eis farei que alguns dos que são da sinagoga de Satanás, desses que a si mesmos se declaram judeus e não são, mas mentem, eis que os farei vir e prostrar-se aos teus pés e conhecer que eu te amei.
10 Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra.
11 Venho sem demora. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa.
12 Ao vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário do meu Deus, e daí jamais sairá; gravarei também sobre ele o nome do meu Deus, o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém que desce do céu, vinda da parte do meu Deus, e o meu novo nome.
13 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas."
- Histórico da Igreja de Filadélfia:
Local onde ficava o centro da cultura grega, que era pagã. Contudo, a igreja era fiel e não se contaminava com essa cultura pagã.
- Situação da Igreja de Filadélfia em Apocalipse 3:7-13:
Uma referência forte à pessoa de Cristo é feita no ver. 7, que se refere a ele como aquele que possui a chave de Davi, ou seja, o reino, que nesse caso é sobre toda criatura em todo o universo, que abre e fecha portas às quais ninguém mais pode fazê-lo. Ver. 7.
A referência do ver. 7 serve de base para a garantia da abertura de portas, prometida no ver. 8, o que o ver. 7 demonstra é que Deus é mais poderoso do que qualquer outra coisa e, portanto, não poderia ser parado por ninguém ao abrir portas. Deus reconhece ainda a fraqueza da pequena igreja de Filadélfia no meio de um povo de cultura pagã e a sua pouca capacidade de expansão. Ver. 8.
Deus diz à igreja de Filadélfia, que alguns daqueles que até então detinham o poder, reconhecem a força da igreja naquele local, e se prostrassem diante do Deus que eles pregavam. Ver. 9.
Deus reafirma seu compromisso com a igreja, pois ela havia guardado a fé e a palavra, por isso, Deus garante proteção à aquele povo. Ver. 10.
Por fim, na promessa dada pelo Senhor, ele diz para que eles permaneçam firmados na fé, para que a sua coroa não seja tomada, promete também uma coluna no santuário de Deus, com a inscrição do nome daqueles fiéis, ou seja, o reconhecimento, ao final dos tempos, da perseverança e do trabalho daquele povo. Ver. 11-12.
- Elementos da Carta à Filadélfia:
Elogio à Persevera na fé.
Crítica à não há.
Instrução à Manter a fé.
Promessa à Um lugar na presença de Deus, um novo nome e a nova Jerusalém.
- Aplicação da Carta na vida da Igreja na história da humanidade:
A igreja de Filadélfia, pode ser comparada com a igreja que começou o movimento de expansão da verdade bíblica, reavivada com os protestantes. A igreja que começou a fazer as grandes viagens missionárias, desde o século 18 (1701 D.C.) até o início do século 20 (1960 D.C.). Destacando-se dentre essas as igrejas: Batista, Metodista e Presbiteriana, que foram as responsáveis pela expansão do evangelho de acordo com a bíblia, rompendo cada dia mais com a doutrina católica. Era uma igreja ainda reprimida, fraca de maneira geral porque era rejeitada, mas possuía uma grande fidelidade a Deus, nesse período houve grande expansão da igreja, como o movimento pentecostal iniciado, com a saída da igreja Assembléia de Deus de dentro da igreja batista.
Igreja de Laodicéia – Cap. 3 Vers. 14-22
"14 Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve: Estas coisas diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus:
15 Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente!
16 Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca;
17 pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu.
18 Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas.
19 Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te.
20 Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo.
21 Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono.
22 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas."
- Histórico da Igreja de Laodicéia:
A igreja de Laodicéia era rica, e estava localizada em uma cidade também de grande riqueza.
- Situação da Igreja de Laodicéia em Apocalipse 3:14-22:
O ver. 14 reconhece a Cristo como testemunha das obras humanas e executor de grandes obras, e a sua capacidade de executar o que quiser, referindo-se a Ele como o “assim seja” e o “princípio da criação de Deus”. Ver. 14.
Deus apresenta a situação de Laodicéia como caótica, pois ela não estava sendo conforme a vontade de Deus (quente), nem se apresentando como o mundo se apresentava (fria), ficando dessa forma em um estágio intermediário (morna), se dizendo cristã, mas envergonhando o nome do Senhor. O Senhor ainda demonstra a sua indignação com aquela situação, afirmando que estava a ponto de vomitar aquela igreja de sua boca. Vers. 15-16.
Prossegue demonstrando a arrogância daquela igreja, que se achava auto-suficiente, pensando não mais precisar do favor do Senhor. Deus então apresenta a essa igreja a sua real situação, ela estava pobre, cega e nua. Ver. 17.
Há a exortação à igreja, para que adquira ouro refinado pelo fogo (a graça divina) para enriquecer (garantir a verdadeira riqueza que é a salvação), vestiduras brancas para se vestir para esconder a vergonha da nudez (a justificação pelo sangue do Senhor, para serem purificados dos pecados) e colírio para olhos, a fim de ver (para que reconhecem a sua real condição e enxergassem a vontade do Senhor). Ver. 18.
Deus ainda demonstra que aquela repreensão que está sendo feita contra aquela igreja, demonstrava um ato de amor, pois Ele queria a mudança de comportamento por parte daquele povo, pede àqueles, que sejam zelosos e que ouçam a voz do Senhor, afirma ainda, que está batendo a porta, e que a ação da igreja deveria ser simplesmente ouvir a sua voz e abrir a porta, para que pudessem participar da ceia do Senhor, ou seja, da renovação da aliança. Vers. 19-20.
Promete ao vencedor, o assentar-se com ele no trono, ou seja, a condição de reis e sacerdotes, já citada em Apocalipse cap. 1 ver. 6. Ver. 21.
- Elementos da Carta à Laodicéia:
Elogio à Não há
Crítica à É indiferente.
Instrução à Ser zeloso e arrepender-se.
Promessa à Compartilhar do trono de Deus.
- Aplicação da Carta na vida da Igreja na história da humanidade:
A igreja de Laodicéia, representa a igreja que tem sido vista a partir da primeira metade do século 20 (1960 D.C.) até os dias de hoje, em que as pessoas tem começando a colocar a sua própria santidade acima de Deus, se achando auto-suficientes com relação às outras coisas. Têm se tornado meros religiosos, deixando de lado o fervor espiritual e a fé em Deus, vivendo, parte em Deus, parte no mundo. Deixando de ser fiéis naquilo que é da vontade de Deus, apostatando da fé e sendo mornos na presença do Senhor. Ainda assim, existe uma parte dessa igreja (tal qual em Laodicéia) que permanece fiel. A instrução do Senhor, portanto, é ao arrependimento, ao reconhecimento da vontade do Senhor.
Por fim, creio que esse estudo, sobretudo no que diz respeito à carta à Igreja de Laodicéia, serve de alerta para todos nós, para que mudemos a nossa conduta diante de Deus, sendo fiéis na nossa vida Cristã.
Paz e Vida para todos!
Fonte: Bíblia Sagrada (Revista e Atualizada)
Referências:
Bíblia de Estudo Plenitude.
Estudo Panorâmico da Bíblia (MEARS, Henrietta C. - Editora Vida - São Paulo, 1982).
www.wikipedia.org (Dados históricos).
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