segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Apocalipse Cap. 5 - A visão do livro selado com sete selos e a do Cordeiro

por Paulino Jr.

1 Vi, na mão direita daquele que estava sentado no trono, um livro escrito por dentro e por fora, de todo selado com sete selos.

A mão direita é a mão da autoridade, representa o poder e nela estava o livro, que tinha escrito por dentro e por fora, o seu conteúdo era de o plano de salvação com tudo o que se referia àquele plano. De acordo com a bíblia na visão de Ezequiel (Ez 2:9-10) este livro ainda estava aberto e nele continha lamentações, suspiros e ais. O fato de o livro agora estar todo selado representa que o plano de salvação estava naquele momento da visão de João consumado em todas as suas acepções, não podendo ser alterado por ninguém.

2 Vi, também, um anjo forte, que proclamava em grande voz: Quem é digno de abrir o livro e de lhe desatar os selos?
3 Ora, nem no céu, nem sobre a terra, nem debaixo da terra, ninguém podia abrir o livro, nem mesmo olhar para ele;
4 e eu chorava muito, porque ninguém foi achado digno de abrir o livro, nem mesmo de olhar para ele.

Romanos no cap. 9:9-10 diz:

“9 Que se conclui? Temos nós qualquer vantagem? Não, de forma nenhuma; pois já temos demonstrado que todos, tanto judeus como gregos, estão debaixo do pecado;
10 como está escrito: Não há justo, nem um sequer,”

O anjo pergunta quem seria capaz de abrir os selos (ver. 2) e nos versículos seguintes (vers. 3-4) é demonstrado que ninguém seria capaz de fazê-lo, nem na terra, nem embaixo dela, nem acima, ou em qualquer outro lugar. Não se pode alterar o plano de salvação, apenas participar dele. O plano de salvação não é dependente de nós e nem nos alcança pelo nosso próprio conhecimento, porque não há justo na terra. (Ef 2:8). O choro de João é justificável, pois ele acreditou que tudo acabava ali.

5 Todavia, um dos anciãos me disse: Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos.

Vemos então a pessoa de Cristo, o descendente da tribo de Judá e de Davi, a maior autoridade daquela tribo, o próprio Deus encarnado, como a única pessoa capaz de abrir o livro. A pergunta talvez seja: Por que os anjos ou o próprio Deus pai não veio para abrir o livro? E a resposta é simples: Cristo recebeu autoridade de Deus sobre o pecado e todo o plano de salvação, quando veio como homem, morreu e ressuscitou dentre os mortos, o fato de ter vencido a morte e o pecado, o fez um homem justo e merecedor de abrir os selos do livro.

6 Então, vi, no meio do trono e dos quatro seres viventes e entre os anciãos, de pé, um Cordeiro como tendo sido morto. Ele tinha sete chifres, bem como sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra.

Um cordeiro como tendo sido morto saindo do trono é a representação do próprio Cristo, sacrificado pela expiação do pecado do homem, como um cordeiro que vai para o matadouro a fim de derramar seu sangue, sem proferir uma palavra Cristo foi ser sacrificado pelo nosso pecado. É interessante ressaltar as duas posições de Cristo, a um momento ele é representado como o leão, a outro como o cordeiro, um, símbolo de autoridade e poder, outro, símbolo de pureza e humildade (Is. 53; Jo 1:29-36). Os sete chifres, representam a autoridade absoluta. Os sete olhos representam o discernimento completo e perfeito (lembrando que sete é o número da perfeição de Deus). Por fim, os sete espíritos, mais uma vez representam a ação e o dinamismo do Espírito Santo de Deus.

7 Veio, pois, e tomou o livro da mão direita daquele que estava sentado no trono;

Este texto é o cumprimento da profecia de Daniel (Dn 7: 9-14). O poder e autoridade sobre todo o plano de salvação foi dado a Cristo e por isso ele pôde pegar na sua mão o livro. Inclusive, o domínio sobre a terra estava na mão de Cristo e isso nós podemos entender isso através do texto de Daniel, por isso, vê-se que o fato de somente Cristo poder abrir o livro, vem do seu próprio poder e autoridade dado por Deus.

8 e, quando tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos,

O ver. 8 demonstra como as nossas orações chegam até a Deus, no momento em que Cristo toma o livro, os vinte e quatro anciãos que representam a igreja do Senhor, se prostram diante dele, apresentando louvores representados pela harpa e taças de ouro cheia de incenso. Essas taças cheias de incenso são as orações do povo de Deus, redimido e justificado, ainda que essa pessoa seja achada em falta o incenso é usado para purificar, no momento em que chega diante de Deus, a nossa oração chega pura, pois já foi purificada pelo incenso sagrado, que é a própria justificação em Cristo.

9 e entoavam novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação

O plano de salvação, iniciado e que começou a ser relatado logo após a queda do homem, começa aqui à tomar ares de consumação real, o ápice desse plano foi quando Cristo desceu à terra, morreu e ressuscitou, e o fim desse plano, com a redenção dos santos está sendo demonstrado nesse momento, em que Jesus toma o livro que representa todo esse plano para abrir-lhe os selos e desencadear os acontecimentos relativos ao fim.

10 e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra.

Mais uma vez foi feita uma referencia a condição em que o povo redimido de Deus será colocado após todo o cumprimento do plano de salvação, a condição de reis e sacerdotes, que o adoram e adorarão, durante todo o tempo.

11 Vi e ouvi uma voz de muitos anjos ao redor do trono, dos seres viventes e dos anciãos, cujo número era de milhões de milhões e milhares de milhares,
12 proclamando em grande voz: Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor.

Assim como o campeão de uma batalha é aclamado por muitos, Cristo é e será aclamado pelos anjos, pela sua vitória sobre todas as coisas, que contaminaram o mundo e o homem.

13 Então, ouvi que toda criatura que há no céu e sobre a terra, debaixo da terra e sobre o mar, e tudo o que neles há, estava dizendo: Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos.
14 E os quatro seres viventes respondiam: Amém! Também os anciãos prostraram-se e adoraram.

Toda a criação de Deus, terá que se prostrar diante de Cristo e render glórias a ele, pois ele é a pessoa a quem foi dada poder e autoridade sobre toda a terra. O homem recebeu autoridade e domínio sobre a terra no ato da criação de Deus, perdeu essa autoridade ao pecar, passou-a para as mãos de satanás. A partir daí, Deus faz o primeiro relato do plano de salvação:

“Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” (Gn 3:15).

Com a morte e ressurreição de Cristo, ele desceu até o inferno tomou as chaves da morte e o domínio da terra das mãos de Satanás, todo esse domínio foi mantido por Deus nas mãos de Cristo. Ele que hoje advoga a nossa causa perante Deus, ao fim de todas as coisas, usará dessa autoridade que lhe foi dada para atuar como juiz, proferindo a sentença contra aqueles que forem levados ao julgamento.

A partir desse momento no livro de Apocalipse, vários relatos concernentes ao fim serão proferidos e poderemos entender como se dará todo esse processo diante das várias linhas interpretativas possíveis e com base bíblica relevante.

Paz e Vida para todos!

Fonte: Bíblia Sagrada (Revista e Atualizada)

Referência: Bíblia de Estudo Plenitude.

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